“Sou o que
se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma
idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio,
ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes
acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro
completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de
simples infantilidade.
Trata-se de
saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso
controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os
resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais
adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um
dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma
alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá
sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca
serei.”
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