domingo, 28 de outubro de 2012

UMA FECHADURA E A MAGIA

 

Saberemos mesmo reconhecer a necessidade de nos abrirmos emocionalmente para as novidades do mundo dos relacionamentos?

Essa pergunta tem me assombrado na última semana.   Umas poucas fotos reavivaram o poderoso simbolismo das portas fechadas e o que se esconde por trás de nossas barreiras emocionais. 

Quando criança eu era fascinada pelos Contos de Fadas. Neles o que fosse mais terrível e extraordinário se escondia dentro de cômodos fechados/trancados e as soluções para os mais magníficos problemas tinham chaves ou fechaduras mágicas. Tudo se resolvia pela simplicidade do conhecimento das poderosas armas do inusitado.

A novidade está em, hoje adulta, ainda me preocupar em procurar a magia que abre os segredos do afeto e a necessidade de me surpreender com os outros. Uma cena revisitada da expectativa da magia que desperta todas as fáceis soluções que conectam problemas e soluções. Assim como conectam as pessoas com seus próprios afetos e afinidades com os outros.

Me seria possível descerrar as minhas próprias barreiras emocionais, sem a magia do encontro que só o apaixonamento causa ... isso tem me deixado inquieta. 

Não é possível prever ou controlar o afeto ou é? Se "deveríamos" saber o que deflagra o reconhecimento da característica especial do outro que se torna mágica para nos abrirmos afetivamente ... O que fazer quando a expectativa é de que esse conhecimento prévio talvez promova mais barreiras ao invés de destruir as já postas ...  Saber realmente nos impede de repetir o mesmo quando nos vemos frente a alguém? 

O aprendizado que a saga de viver cada descoberta nos promove, faz com que as respostas mudem, mas as perguntas não. Nos deparamos constantemente com o inesperado encontro conosco e sempre a mesma pergunta surge ... O que sou? O que sei de mim?

Mais uma porta que se fecha. Significa, então, que uma nova magia se forma no universo ... vou olhar em volta ... mais um pouco ... acho o segredo oculto que permite a chegada do meu par. (rss)






quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Temperamento impulsivo (Clarice Lispector)

“Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma idéia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.
Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou madura bastante ainda. Ou nunca serei.”


Wilson Phillips - Impulsive (Live on MTV)

 


domingo, 14 de outubro de 2012

Diário de Viagem II: Um rascunho em aprimoramento



A Ilha da Magia, realmente tem feito uma renovação na alma. 

Enquanto subia a Trilha da Praia dos Naufragados a sensação de felicidade foi imensa. Como me sinto bem fazendo exercícios! Como é poderosa a sensação de me desafiar e conseguir atingir a superação de obstáculos e triunfar sobre o meu próprio corpo. Ao surfar na Praia da Barra da Lagoa a sensação se repetiu. Mesmo que meus braços hoje estejam ardendo pelo esforço de remar, foi estimulante e renovador me sentir como sou ... jovem, saudável e cheia de vivacidade. Atravessar as estradas e chegar a belos lugares para curtir o sol, o banho de mar e a curiosa interação das pessoas com seus corpos expostos tem me dado uma satisfação de plenitude que eu não sabia sentir.

Não sabia sentir porque me acostumo muito fácil com aquilo que agrada a quem me agrada e acabo por esquecer de me agradar. Esta vista de mim mesma em reflexão sobre quem sou e quem pretendo ser. A vivência de cada dia à espera da surpresa de um novo olhar sobre o atlântico e sobre mim mesma. Me levanta com constância a pergunta: Que imagem indefinida de mim, meus mal traçados pensamentos rascunham?

Hoje ao voltar para o meu recanto no Paraíso vim refletindo sobre tudo o que  me ocorreu nestes últimos meses. Mesmo com tristeza, não precisei do choro e sim da reflexão. Muito em mim ainda precisa mudar ... mas já me percebo falando mais sobre o que me incomoda, o que quero e o que desejo. Não tenho verdades tão absolutas e me desarmo com mais facilidade, perdoo e esqueço mais rápido ainda. Com certeza, percebo que o que vivo tem muito mais relação comigo do que com os outros. Busco o caminho do encontro, mas se o outro não demonstrar querer ... busco um caminho pra fora do que não me faz bem, mesmo que eu não perceba conscientemente esse movimento.

E, se saber e botar em prática o que quero e gosto já é um rascunho do desenho de mim mesma em amadurecimento ... É preciso então listar.

Gostar de mim me faz muito bem! Fazer exercício me faz muito bem! A simplicidade do sentimento e da entrega me faz muito bem! Encontrar e conversar com pessoas me faz muito bem! Sorrir sem motivo me faz muito bem! Ler me faz muito bem! Escutar música alto enquanto dirijo me faz muito bem! Sambar me faz muito bem! Dançar e cantar em engarrafamentos me faz muito bem! Conversar com as amigas me faz muito bem! Andar me faz muito bem! Mergulhar no mar me faz muito bem! Saber que estou compromissada com o meu afeto por alguém me faz muito bem! Viajar me faz muito bem! Dizer o que sinto me faz muito bem! Estar com a família me faz muito bem! Estar com animais me faz muito bem! Estar com pessoas que enfrentam dificuldades sem fugir me faz muito bem! Saber que mereço mais do que o pouco que me ofertam me faz muito bem! Andar de mãos dadas me faz muito bem! Estar segura do afeto das pessoas me faz muito bem! Beijo roubado me faz muito bem! Perdoar me faz muito bem! ... E assim vai ...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Diário de viagem I: A liberdade de gostar da minha companhia


Florianópolis é exatamente como eu imaginava!

O céu tem um azul incrível e o dia me recebeu ensolarado como um grande sorriso. Os contratempos com o aluguel do carro foram superados pela atenção e cuidado de Dona Gherta, a gentil proprietária deste pequeno pedaço do paraíso. Além da vista maravilhosa deste recanto ecológico localizado no extremo sul da ilha, as Araras Azuis, os Tucanos, muitos pássaros de todas as cores e os dóceis cães, que ajudam a superar a saudade da minha "Nina Ziquinha", me colocaram em contato com a energia da natureza.

A cidade que cheira a mar é um balneário de pessoas simpáticas e prestativas. Seu Álvaro, o motorista do táxi  veio contando estórias da ilha e de sua infância e elogiou minha escolha pelo Sul, a parte mais bonita  da Ilha. Luiz, o atendente da locadora, riu muito da minha mania de pechinchar, me mostrou como achar os caminhos pelas estradas da cidade e sugeriu alguns lugares onde posso me divertir, mesmo desacompanhada. Disse para ver um por do sol no abismo ... vou tentar chegar lá. (Risos) Só pra depois ficar com a sensação de ter sobrevivido ao inusitado.

A Lagoa da Conceição tinha o sol refletido nas águas e o vento emaranhou meus cabelos como uma carícia. Foi bom sentir que estou viva ... me sentir livre, ... dirigindo pela cidade enquanto escutava a rádio local. 
Pela primeira vez em muitas semanas meus pensamentos me pareceram claros e harmônicos. Me permiti gostar da minha companhia, sem as chatices da tristeza ou das coisas que não deram certo.

Sorri muito ... Isso fez com que eu percebesse que essa minha alegria interna é algo do qual sinto imensa saudade e ... BUM ... lá estava eu de novo, com esse meu humor ácido e irônico que fez rir todos com quem estive hoje. 

Foi bom me reencontrar...

Os cheiros da noite, Joss Stone e um livro (Os 50 Tons mais Escuros) me fazem companhia e já me preparo pra dormir cedo. Amanhã, terei um pouco mais de mim mesma e a liberdade de viver mais uma aventura.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Renovando a alma ...

 

Paulo Coelho

Sempre é preciso saber
quando uma etapa chega ao final.

Se insistirmos em permanecer nela

mais do que o tempo necessário,
perdemos a alegria
e o sentido
das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos,

fechando portas,
terminando capítulos,
não importa o nome que damos.
O que importa é deixar no passado
os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho?

Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais?
Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada
desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo
se perguntando por que isso aconteceu.
Pode dizer para si mesmo
que não dará mais um passo
enquanto não entender as razões
que levaram certas coisas,
que eram tão importantes e sólidas em sua vida,
serem subitamente transformadas em pó.

Mas tal atitude

será um desgaste imenso para todos:
seus pais, seu marido ou sua esposa,
seus amigos, seus filhos, sua irmã...
Todos estarão encerrando capítulos,
virando a folha,
seguindo adiante,
e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo

no presente e no passado,
nem mesmo quando tentamos
entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará:

não podemos ser eternamente meninos,
adolescentes tardios,
filhos que se sentem culpados
ou rancorosos com os pais,
amantes que revivem
noite e dia
uma ligação com quem já foi embora
e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam

e o melhor que fazemos
é deixar que elas realmente possam ir embora.

Por isso é tão importante

(por mais doloroso que seja!)
destruir recordações,
mudar de casa,
dar muitas coisas para orfanatos,
vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível

é uma manifestação do mundo invisível,
do que está acontecendo em nosso coração
e o desfazer-se de certas lembranças
significa também abrir espaço
para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora.
Soltar.
Desprender-se.
Ninguém está jogando
nesta vida com cartas marcadas.
Portanto, às vezes ganhamos e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo,

não espere que reconheçam seu esforço,
que descubram seu gênio,
que entendam seu amor.

Pare de ligar sua televisão emocional

e assistir sempre ao mesmo programa,
que mostra como você sofreu com determinada perda:
isso o estará apenas envenenando
e nada mais.

Não há nada mais perigoso

que rompimentos amorosos que não são aceitos,
promessas de emprego
que não têm data marcada para começar,
decisões que sempre são adiadas
em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo

é preciso terminar o antigo:
diga a si mesmo que o que passou,
jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época

em que podia viver sem aquilo,
sem aquela pessoa...
Nada é insubstituível,
um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio,

pode mesmo ser difícil,
mas é muito importante.

Encerrando ciclos.

Não por causa do orgulho,
por incapacidade, ou por soberba.
Mas porque simplesmente
aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta,

mude o disco,
limpe a casa,
sacuda a poeira.

Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

sábado, 6 de outubro de 2012

UM CONTRA PONTO ...


sábado, 6 de outubro de 2012


50 tons de cinza



Acho interessante como os homens vivenciam a fascinação das mulheres por certas coisas que eles absolutamente consideram "irrelevantes". 

Coloco a palavra entre aspas porque a maior parte dos homens que conheço diz temer vivenciar uma relação longa, justamente porque acha que com o tempo o sexo perde a espontaneidade e todas as suas novidades, tornando-se algo rotineiro (prazeroso sem dúvida), mas também monótono e sem a combustão que marca o início dos relacionamentos.

Uma das questões que a série FIFTY SHADES OF GREY levanta é essa fantasia que permeia o imaginário feminino, onde a mulher não é a  única motivadora das fantasias, é uma participante ativa que embarca confiante na proposta de dominação de seu parceiro. Toda mulher, em sua fantasia, quer um homem em quem possa confiar e que seja provedor de apoio e segurança de companheirismo. Que seja também sexualmente "tarado" por ela. 

Esse é o herói conturbado e sexualmente irresistível que vem a ser Mr. Grey. Talvez um mito revisitado e moderno das expectativas femininas sobre amor e romance, nada puro e sexualmente asséptico. O novo herói é pró-ativo, como os antigos heróis de contos de fada. É seguro de suas ações, bem sucedido materialmente e profissionalmente, mas é humano, com dramas emocionais e sentimentos conflitantes. Confuso quanto ao que quer e sente, mas comunicativo e cativante ao partilhar suas necessidades e dificuldades. Com medo, mas com coragem, enfrenta o encontro em busca de partilhar a vivência da completude com a sua amada.

Os homens vivem a reclamar da falta de entendimento da psique feminina e a série fala das muitas possibilidades desse entendimento. A mulher moderna não se importa em ser dominada sexualmente, desde que consinta e tenha prazer em vivenciar toda a sorte de possibilidades do sexo. Por outro lado, quer se sentir única, amada, segura da presença e apoio de seu homem. Quer a certeza de que ele estará com ela e compartilhará toda a sorte de dificuldades sem fugir do que sente, mesmo que o que sente seja um medo terrível de amar e ser abandonado ou magoado.

Os homens não deviam ler a série como um guia de novidades sexuais, que excita as mulheres, mas para entender como são as expectativas dessas mulheres sobre sexo, amor e relacionamento. Talvez isso os deixe menos perdidos e fragilizados frente à Mulheres. E ... tenho o dito! (risos)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Ao meu Mr. Grey (A)

Sabe, quando a gente tem vontade de encontrar
A novidade de uma pessoa
Quando o tempo passa rápido
Quando você está ao lado dessa pessoa
Quando dá vontade de ficar nos braços dela
E nunca mais sair…

Sabe, quando a felicidade invade
Quando pensa na imagem da pessoa
Quando lembra que seus lábios encontraram
Outros lábios de uma pessoa
E o beijo esperado ainda está molhado
E guardado ali em sua boca
Que se abre e sorri feliz
Quando fala o nome daquela pessoa
Quando quer beijar de novo muitos lábios
Desejados da sua pessoa
Quando quer que acabe logo a viagem
Que levou ela pra longe daqui…

Sabe, quando passa a nuvem brasa
Abre o corpo, sopro do ar que traz essa pessoa
Quando quer ali deitar, se alimentar
E entregar seu corpo pra pessoa
Quando pensa porque não disse a verdade
É que eu queria que ela estivesse aqui…

Sei... Eu sei.

FIFTY SHADES OF GREY

Uma leitura de férias.

Esse era o interesse pelo livro recomendado por uma amiga. "Fifty Shades of Grey" seria uma leitura relaxante, um romance denso, apimentado pelo erotismo da narrativa. A esperança é de que seria o alento para derrubar as tristes experiências de um setembro afetivamente tenebroso.

"Cinquenta Sombras de Grey", não me surpreendeu pela intensidade erótica, tão debatida com as amigas e entre as amigas das amigas. De uma forma ou de outra, a maior parte dos adultos, que esteja bem resolvida sexualmente, já viveu, pelo menos em intensidade, um relacionamento parecido com o de Anastacia Steele e Christian Grey. O que mexeu intensamente comigo foi a estória, afinal, não somos todos sujeitos de sombras desconhecidas dos outros e de nós mesmos?

Somos todos iniciantes quando se trata de amor. Tudo começa num encontro... O olhar que revela o interesse. O primeiro passo em direção ao estranho e desconhecido. Perguntas e respostas superficiais. Tímidos vislumbres de cores e sombras. O toque que revela o desejo e a afinidade dos corpos. E, por fim, o reconhecimento de almas ... Não é assim que se instala o que convencionamos chamar de amor?

Com sorte, teremos algum tempo para aprender todas as nossas nuances e as daqueles a quem amamos, sem ela, o tempo é nosso inimigo. Antes que possamos descobrir quanto da dor do outro nos afeta em sofrimento e como seremos capazes de lidar com os medos que essa dor nos desperta, a fragilidade do afeto em nascedouro rompe os laços do amor iniciado. Quanto mais experiências de dor acumulamos, mais nos é difícil ignorar o medo de sofrer.

O conhecimento ... Uma maldição bíblica, que nos coloca a difícil escolha de discernir (consciente ou inconscientemente) entre o bem e o mal que queremos para nós mesmos. A difícil escolha pelo risco de sofrer um desconhecido sentimento que nos confunde e nos fragiliza e contraditoriamente nos fortalece e alimenta emocionalmente para a vida em todas as suas cores. Frente ao vislumbre do amor se coloca a possibilidade de viver intensamente o que vier ou fazer morrer intensamente a possibilidade do vir a ser.

Não seria mais fácil se todos aqueles apegados à dor trouxessem consigo, tal qual o apaixonante Mr. Grey, a lista de suas esquisitices e a clareza de que as sombras de suas almas os fazem ter o desejo de machucar quem mais querem amar? Quem sabe assim, um contrato de relacionamento, que vai se desfazendo e refazendo frente ao fortalecimento da cura pudesse ser entendido como o caminho do que se constrói como amor, reformulando o que se convencionou dizer o que é o amor.

É preciso estar empenhado em desejar o diferente para fazer acontecer. O sentimento se acostuma com o conhecido hábito de sofrer e esquece o caminho dos pequenos vislumbres de felicidade que só a convivência amorosa e a ousadia de ultrapassar todos os limites de segurança promovem. “This reminded me of a happy time”, escreve Anastacia ao despedir-se. Essas palavras lembram o tempo em que a inocência da crença do amor inabalável e eterno não tinha sido destruída pelas experiências de um amor incondicional que fracassou. E se era incondicional ... que condição o retirou de sua certeza de permanência e o fez fracassar?

O que dizemos querer e o que expressamos por meio de nossa partes sombrias ... Somos sábios sem saber. O que nos ameaça nos assusta e o que nos assusta nos ameaça. Sofremos porque não sabemos viver sem o outro ou a dor se torna nosso modo de viver e nos faz sofrer nos afastando dos outros?

Se o amor os colocar frente à frente ... Os doloridos se reconhecem. Conhecem desconhecendo as possibilidades da cura de suas dores e buscam no que viveram (no passado) o meio para lidar com o desconhecido caminho que se apresenta. Bem dizia S. Freud, aquele que sofre está em sofrimento por sofrer de reminiscências ...

Amadurecer é fazer a escolha por se desapegar daquela antiga forma de resolver as coisas que não funciona, é se propor a refletir sobre o que de nós afeta quem nos importa e construir o novo. E isso é sombriamente assustador... Por vezes, fugir do amor dói menos do que se arriscar e desapegar da dor com a qual convivemos ...